ALEXANDER NEILL
Pedagogo britânico que criou a escola de SUMMERHILL, em 1921. A escola é um símbolo de longevidade da pedagogia democrática. Está em funcionamento até hoje.
"Aqui temos [sobre Alexander Neill] um homem que demonstrou a coragem de ser o que acredita e o que acredita é que as crianças se tornam indivíduos auto-regulados e melhores numa atmosfera de amor, confiança, compreensão e liberdade com responsabilidade. Consequentemente, aboliu de sua escola conceitos como: coerção, compulsão [obsessão], autoridade, [...], exames, castigo, [...]" [Carl Rogers]
CARL ROGERS
Psicólogo estadunidense autor de diversos livros como "Tornar-se pessoa". Rogers desenvolveu o que é conhecido como abordagem centrada na pessoa [ou no aluno, como concepção pedagógica]. Um dos pontos de chegada do pensamento rogeriano é a apreciação autêntica de si mesmo. Isso significa que o importante no processo é que o indivíduo seja sujeito efetivo e que tenha uma visão positiva de si. Cabe aos profissionais da educação realizar o mesmo percurso, em um processo de aceitação positiva incondicional do aluno. Cabe a eles, desenvolver um ambiente de favorabilidade para que a aprednizagem autodeterminada se dê, respeitado o desejo de recusa do indivíduo.
MICHEL FOUCAULT [e a escola tradicional]
Foucault nos apresenta como funciona a pedagogia tradicional, funcionalizada na ideia de adestramento e aprimoramento. Nesse modelo, o objetivo é gerar indivíduos obedientes, úteis e em eterna formação para atender o sistema. Para isso, aponta três instrumentos: a vigilância [hierárquica], a sanção [normalizadora] e o exame. A vigilância se dá por olhares diretos e indiretos sobre o comportamento do aluno. Há uma fiscalização em tempo integral que ultrapassa os domínios da escola, porque o aluno internaliza essa fiscalização, neurotizando-se, cobrando-se para atender um desejo que não lhe consultaram se é dele. Sem saber ao certo se está sendo vigiado, o aluno censura-se como prática intermitente. As sanções [micro-penalidades] tem a ideia de forçar o comportamento dito como adequado. Desobedecer e questionar é imoral, é energia perdida. Quem não se adapta às regras, é punido, humilhado, excluído. As sanções devem ser compartilhadas porque o espetáculo da punição existe para impedir o desvio, e não exatamente para corrigir o punido. O exame [a prova] é um dispositivo altamente ritualizado e disciplinado para consumar os dois atos anteriores. A prova reparte o processo, singulariza, parte para uma homogeneização onde é celebrada a concorrência entre os indivíduos. O sistema descola assim os "melhores" dos demais e se serve deles, condecorando-os com a possibilidade de continuar na eterna formação, seguindo os mesmos princípios, só que em um nível "acima" . Os demais, não servem.